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Venezuela X EUA: o que se sabe sobre bunker de Nicolás Maduro

Nas plataformas da oposição, a pergunta ecoa: em que bunker se esconde o “ditador” Maduro? Cubanos, chineses, russos (e quem mais tiver algo a acrescentar) estariam cavando túneis sob o palácio presidencial “como os do Hamas sob Gaza”. Segue-se uma série de hipóteses sobre o tipo de ataque que o imperialismo norte-americano lançará para “restabelecer a democracia” e fazer com o chavismo o que Netanyahu e Trump fizeram com Gaza. Por outro lado, Machado pediu publicamente ao genocida sionista que “faça o mesmo trabalho” com os chavistas de seu país…

Agora que Trump anunciou, primeiro, que as supostas operações contra o narcotráfico “também poderiam começar em terra” e, depois, que deu luz verde à CIA para realizar operações encobertas na Venezuela (a fim de cobrar a recompensa colocada sobre a cabeça do presidente e de outros dirigentes bolivarianos), golpistas frustrados de todas as cores já sentem a boca seca. De seu lado, sabem que contam com o secretário de Estado Marco Rubio, representante do anticomunismo mais ferrenho de Miami e poderosa eminência parda da administração norte-americana.

Já em maio de 2025, quando o governo bolivariano permitiu que cinco opositores que haviam se “autoexilado” voluntariamente na embaixada argentina em Caracas viajassem aos EUA, Rubio declarou que fora uma operação da CIA que os libertara. E então, Machado divulgou enfaticamente a falsa notícia, chamando-a de “operação impecável e épica” e anunciando outras do mesmo tipo “para libertar os heróis prisioneiros”.

Nenhum deles duvida que haverá um ataque; o Nobel da Paz concedido a Machado — que é tudo menos uma etérea gandiana — é interpretado assim pela extrema direita. Muitos venezuelanos de classe média, que deixaram casas e fazendas no país para se empobrecer na Europa, perguntam ansiosos aos familiares quantos dias, minutos e segundos ainda terão de esperar…

A esperança reacendeu-se com os assassinatos seletivos realizados pelos Estados Unidos no mar do Caribe, onde a Marinha continua eliminando supostos narcotraficantes. Já morreram cerca de vinte pessoas — os últimos eram colombianos. Uma mistura de provocação militar e guerra psicológica, típica das novas formas de guerra.

O governo bolivariano denuncia isso em todos os fóruns internacionais, advertindo sobre as consequências globais de uma “prova de fogo” semelhante na América Latina. Estão elevando o limiar da ilegalidade internacional, mesmo em um continente que, em 2014, a Celac (organismo que reúne todos os Estados americanos, exceto Canadá e EUA) declarou zona de paz. Por quê?

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A vice-presidenta venezuelana, Delcy Rodríguez, explicou, com dados em mãos, em sua intervenção no Fórum Internacional de Energia, na Rússia. Apresentando uma análise do setor, Rodríguez citou projeções que indicam um crescimento de 23% na demanda energética até 2050. Nesse contexto, a aliança OPEP+ representa atualmente 56% da demanda de petróleo bruto, 43% da produção global e 81% das reservas mundiais de petróleo.

Além disso, deve-se considerar que 26% da produção mundial de petróleo e 43% das reservas globais estão atualmente sujeitas a sanções — um fato que, segundo a vice-presidenta, pesa não apenas sobre o futuro dos países afetados, mas também sobre a estabilidade do mercado. As recentes sanções impostas pelos Estados Unidos à China — advertiu — terão um impacto significativo nas cadeias de suprimento, nos preços e nos mercados globais.

É nesse contexto que deve ser entendida a agressão militar contra a Venezuela, país com as maiores reservas comprovadas de petróleo. Junto com a Rússia — lembrou Delcy —, a Venezuela representa 24% do fornecimento energético mundial graças às suas reservas de petróleo e gás, e está construindo alianças para promover a paz e o bem-estar do país, enquanto o imperialismo norte-americano busca apoderar-se de sua riqueza nacional.

Um ataque como o que paira sobre o país bolivariano — advertiu novamente a vice-presidenta — teria, contudo, “um impacto no esquema energético internacional e no futuro desenvolvimento desses recursos”.

presidente venezuelano multiplicou as aparições públicas — em marchas de povos originários, em manifestações de bairro e em exercícios de treinamento militar —, acompanhado pela direção política, em todos os níveis de gestão desse laboratório de resistência e proposta que já dura quase 27 anos. (Foto: Presidência da Venezuela)

Pelos assassinatos seletivos no Caribe, que o governo Trump ostentosamente reivindica, alguns parlamentares democratas norte-americanos também protestaram. “O Congresso não pode permitir que nenhum presidente desencadeie uma guerra, ilegalmente ou unilateralmente”, adverte o Partido Democrata em uma declaração alheia às agressões passadas dos EUA, mas muito pertinente.

Enquanto isso, de Kampala, em Uganda, onde se realiza a 19ª Reunião Ministerial de Meio Termo do Movimento dos Países Não Alinhados (MNOAL), o chanceler cubano Bruno Rodríguez reafirmou seu total apoio à Venezuela e à união cívico-militar liderada pelo presidente legítimo Nicolás Maduro. Rodríguez pediu à comunidade internacional que se mobilize para deter o ataque em curso no Caribe e preservar a região como Zona de Paz.

Em que bunker “se esconde” Maduro? No bunker da consciência popular, em mobilização permanente contra qualquer eventualidade. O presidente venezuelano multiplicou as aparições públicas — em marchas de povos originários, em manifestações de bairro e em exercícios de treinamento militar —, acompanhado pela direção política, em todos os níveis de gestão desse laboratório de resistência e proposta que já dura quase 27 anos.

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Dirigentes que, periodicamente, a extrema direita jura que estão fugindo ou prestes a trair. E o pior é que acreditam nisso, alimentando a histeria e o ódio gerados por seu próprio mecanismo. Quem não viu de perto não pode entender. É um ódio que transforma o parente em inimigo, o comerciante da esquina em potencial assassino, o jovem do andar de baixo em um exaltado disposto a cravar uma estaca em seu coração — como ocorreu com a idosa dirigente comunitária durante as violências pós-eleitorais do ano passado.

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Quem estudou os mecanismos de manipulação psicológica dos sentimentos e frustrações das massas lembra o genocídio de Ruanda, em 1994, quando o colonialismo atiçou o fogo de conflitos chamados étnicos, alimentados intencionalmente, desencadeando uma violência inédita dentro das próprias famílias. Então, o instrumento da carnificina foi a Rádio das Mil Colinas, que chegava diretamente aos lares. Agora, são os celulares e as redes sociais.

Testemunhos não faltam — qualquer jornalista pode recolhê-los facilmente. Quem escreve, em todos esses anos de “guarimbas” e de violências desencadeadas das mais diversas maneiras pelos “manifestantes pacíficos” agora premiados com o Nobel, já viu de tudo. Quem lembra das “puputoff”, as bombas de excremento lançadas contra as forças armadas após uma meticulosa coleta em colégios privados? Quem lembra dos fios de aço estendidos de um lado a outro das ruas para degolar trabalhadores que voltavam de moto na escuridão da noite?

Todas as cores do ódio. E da mentira cúmplice, interessada em encobri-lo na Europa.

* Texto traduzido com apoio de IA.

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