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“Valor histórico e pedagógico”, declara instituto de Pérez Esquivel em apoio a “Operação Condor”

Em nota, Comissão Provincial pela Memória, da Argentina, classifica série “Operação Condor” como “fundamental para as novas gerações” em meio ao ressurgimento de discursos autoritários e negacionistas

O time de apoiadores da série “Operação Condor”, dirigida pelo historiador e cineasta brasileiro Cleonildo Cruz em colaboração com o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, acaba de ganhar um importante membro internacional: a Comissão Provincial pela Memória (CPM).

Presidida por Adolfo Pérez Esquivel (Prêmio Nobel da Paz) e Dora Barrancos, a CPM é um órgão público autônomo da Argentina dedicado à defesa dos direitos humanos e à construção da memória histórica.

Em nota oficial, assinada nesta sexta-feira (25), na cidade argentina de La Plata, a entidade destaca a relevância da série no atual contexto regional, marcado pelo ressurgimento de discursos autoritários e negacionistas. “Operação Condor se soma aos esforços para narrar nossa história a partir das vozes das vítimas, dos lutadores e das resistências, e para interpelar o presente a partir das feridas do passado”, afirmam.

Ainda segundo a CPM, a série é uma ferramenta fundamental para as novas gerações, não apenas pelo seu valor histórico, mas também como recurso pedagógico, cultural e político.

Arte e cinema como instrumentos de resistência

Além do apoio da CPM, a série “Operação Condor” também conta com o respaldo oficial da Internacional da Educação para a América Latina (IEAL) e de diversas outras organizações nacionais e internacionais, o que reforça sua legitimidade como uma iniciativa comprometida com a justiça transicional, a verdade histórica e os direitos humanos.

Internacional da Educação para a América Latina oficializa apoio à série “Operação Condor”

Com sete episódios, a produção aborda de forma inédita um dos capítulos mais sombrios da história latino-americana: a Operação Condor, uma aliança secreta entre as ditaduras militares do Cone Sul nas décadas de 1970 e 1980, criada para coordenar a perseguição, o sequestro, a tortura e o assassinato de opositores políticos além das fronteiras nacionais.

A série se inspira no documentário “Operação Condor: Verdade Inconclusa”, propondo reconstruir os crimes ditatoriais com uma narrativa cinematográfica potente, baseada em documentos, depoimentos de sobreviventes e recriações estéticas profundas e comprometidas.

Cada episódio da série é dedicado a um país e um eixo temático específico:

  • Chile – Pablo Neruda
  • Brasil – Memória, Verdade e Justiça
  • Argentina – Explosões de automóveis
  • Uruguai – Voos da morte
  • Paraguai – Restos ósseos de desaparecidos
  • Bolívia – Desaparecimentos forçados
  • Peru – Conexão europeia

Com estreia prevista para 2026, “Operação Condor” se consolida como uma obra audiovisual de referência na luta pela memória e pela justiça na América Latina, além de reafirmar o poder da arte e do cinema como instrumentos de denúncia, resistência e transformação social.

Confira a cobertura dedicada pela Diálogos do Sul Global à produção: Série Operação Condor.

As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

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