Porta-voz do Hamas, Walid Kilani, diz que reconhecimento europeu da Palestina é passo importante, mas só terá impacto se acompanhado de isolamento político e econômico de Israel
O reconhecimento do Estado da Palestina por países ocidentais representa um movimento político relevante, mas só terá impacto real se vier acompanhado de medidas práticas para conter a ofensiva israelense na Faixa de Gaza, acredita Walid Kilani, porta-voz do Hamas no Líbano, em entrevista à Sputnik.
O diplomata concorda que o reconhecimento europeu do Estado da Palestina é um passo muito importante, sobretudo como forma de pressão para frustrar os planos do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de expulsar os palestinos de suas terras, em particular da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, para o Sinai (Egito), a Jordânia ou outros países, afirmou Kilani.
O representante destacou, no entanto, que a medida precisa ser acompanhada de ações consistentes.
Kilani defendeu que tanto a comunidade internacional quanto os países árabes adotem mecanismos de pressão contra Israel. Segundo ele, essas medidas poderiam incluir isolamento político e econômico, como o rompimento de relações diplomáticas, a expulsão de embaixadores e o fim da cooperação militar.
Israel pode atacar flotilha humanitária rumo a Gaza? Porta-voz da missão explica
O porta-voz lembrou ainda que os Estados Unidos limitam a pressão sobre Tel Aviv, bloqueando resoluções na ONU. “Desde a criação de Israel, Washington utilizou o veto 48 vezes em favor de Tel Aviv, incluindo seis vezes desde o início da operação ‘Dilúvio de Al-Aqsa’”, disse.
Assine nossa newsletter e receba este e outros conteúdos direto no seu e-mail.
O tema ganhou força após o Reino Unido, em 21 de setembro, anunciar o reconhecimento da Palestina, seguido por Austrália, Canadá e Portugal. Segundo a AFP, outras dez nações, entre elas a França, devem oficializar a decisão durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York. As declarações, no entanto, foram rejeitadas e condenadas por Israel e pelos Estados Unidos.
As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

