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Há 66 anos, CIA planejava uma das 638 tentativas de assassinato de Fidel Castro

Miami, 14 de setembro de 1960: o pacto dos condenados

Em setembro de 1960, Miami era um cadáver tropical banhado em luz de néon e rum “Ronrico”. O ar salgado que soprava do Caribe ainda urdia na pele dos exilados cubanos e dos estadunidenses — a Vitória bem-sucedida da Revolução Cubana, 9 meses antes. No Bar Versailles do Hotel Fontainebleau, sob um lustre de cristal que lançava padrões de luzes como facas sobre as mesas, três homens sentaram-se em gordas cadeiras de couro envernizado — as “Lounge Chair and Ottoman”, fabricadas em 1956, dos tempos do ditador a soldo Fulgencio Batista (1940 – 1944).

Nossos personagens são: Johnny Roselli (1905 – 1976), com seu terno de seda italiana, estilo Marcello Mastroianni (1924 – 1996) em La Dolce Vita (1960), cuja boca exibia um sorriso de lobo, parecia mais uma estrela de cinema do que o braço direito de Sam Giancana (1908 – 1975) em Chicago; seus dedos acariciavam a borda de um copo de Bourbon como se estivesse tocando suavemente o pescoço de uma mulher exalando o odor de um “Diorissimo” da Dior. Do outro lado da mesa, Santo Trafficante Jr. (1908 – 1975) era sua antítese: traje escuro, óculos de aros grossos que escondiam olhos de reptiliano, imóvel como um bloco de granito. O terceiro homem, Robert Maheu (1917 – 2008), ex-FBI, atual intermediário da CIA, suava ao ponto de pesar o nó de sua gravata “Van Heusen” em torno do pescoço, dando a sensação de estar preso num garrote. Ali estava a personificação do “ordinary people” estadunidense do final da década de 1950.

O diálogo que segue reproduzido abaixo parece retirado dos livros de John le Carré (1931 – 2020), mas são reais e corroborados por fontes primárias.

150 mil — Maheu sussurrou, os lábios quase não se movendo. — Em dinheiro não-rastreável. Pela cabeça.

Roselli sorriu, mostrando dentes perfeitos e esculpidos por dentistas da “Sunset Boulevard” – L.A.

— Bob, querido… nós não queremos seu dinheiro. Queremos nosso país de volta.

Trafficante nem pestanejou. Quando falou, sua voz soou grave, sob o hálito do copo que acabara de sorver uma boa dose de um “Canadian Club” (uísque tão vulgar que seu tempo de maturação para consumo não ultrapassava 6 anos):
— Faremos de graça. Por pátria. E por lucro. (ver pág. 12).

O tilintar dos copos ao se chocarem ecoou como um sino antigo de bronze, dentro de uma catedral profana, onde não há fronteiras entre sexo, dinheiro, poder e vingança. O Império da Liberdade — os Estados Unidos da América — fazia acordos com homens vis e obscenos a fim de assassinar um Chefe de Estado. Não era a primeira vez, e não seria a última. É o “modus operandi” da máquina capitalista.

O contrato fora selado ao modo da máfia, as formalidades dos papéis, como de praxe nesses casos, foram dispensadas; os revólveres fumegariam se algum daqueles homens quebrasse os acordos ali firmados. Este era o pacto em que todos concordavam, respeitavam e conheciam. Honra, honestidade e ética, para a América do Norte e para exilados cubanos, ou para a CIA, são luxos reservados às HQs de Super Heróis.

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Enquanto isso, a 1.500 km dali, o Salão Oval respirava uma atmosfera diferente. Ar filtrado e preparado para soar sirenes ao sinal de qualquer fungo, resfriado a 22 graus Celsius de acordo com as ordens do idoso chefe, sentado na cadeira feita sob medida, ao custo exorbitante de US$ 50 mil. Encaravam o Presidente, naquele momento, a mobília de mogno polido (duas vezes ao dia por serviçais) e a sombra de um poder absoluto sem eclipse, embora aquele homem não tivesse o tesão visceral de governar ou mandar, que já ostentara outrora.

O personagem em questão era o Presidente Dwight D. Eisenhower (1953 – 1961). Em 1954, um ano após sua eleição, ele ganhara da família real inglesa um conjunto de 20 garrafas de Royal Salute 21 Year Old” (o máximo que a “Casa Chivas Brothers” havia chegado em termos de artesanato de destilados na História). Aquele líquido era o mesmo que, um ano antes, fora concebido para homenagear a coroação da Rainha Elizabeth II (1952 – 2022). Ele segurava o copo sem qualquer interesse, duas pedras de gelo derretiam o artefato-líquido, sem que Eisenhower sequer ameaçasse colocá-lo entre os lábios.

Aquele homem que já sofrera um ataque cardíaco em 1955, e tomava uma lista diária de remédios maior do que as assinaturas administrativas a que era obrigado todos os dias assinar, só queria que aquele mandato terminasse o mais rápido possível, para que voltasse a jogar golf, se a dor nas costas pudesse ser sanada por potentes analgésicos dados por médicos sem prescrição — privilégios do poder. Após a Revolução, Fidel pediu insistentemente para ser recebido por ele. Conta-se que seus assessores dizem que ele não receberia homens sujos.

— Os ativos foram contatados — a voz do homem da CIA era monocórdica, profissional. — Mecanismos de neutralização estão sendo explorados.

Eisenhower não olhou para o homem postado à sua frente, um ex-general não encara um subordinado nos olhos, jamais, e o presidente mantinha o “habitus” no privado. Seus olhos azuis estavam fixos na janela com vistas para os jardins dos fundos da mansão escravocrata do século 19. Seu dedo indicador bateu suavemente na lateral do copo, sem demonstrar qualquer emoção externa. Uma vez. Duas. Thomas Gates, secretário de Defesa, permaneceu imóvel. Sabia que aquele silêncio valia mais do que mil discursos.

Então, veio o gesto mínimo: um aceno de cabeça quase imperceptível. Curto. Seco. Final:
— Procedam — disse suavemente.

O homem da CIA assentiu e desapareceu. Enfim, Eisenhower ergueu o copo até os lábios, o gelo tilintou contra o cristal. Era o único som na sala. O vazio voltou a se instalar, agora tomando a alma do pretenso homem mais poderoso do mundo, com sua cadeira de 50 mil dólares, murcho, em todo o seu poder e debilidade.

Havana, fevereiro de 1959: o navio fantasma e o homem-ilha

Havana cheirava a sangue seco, rum “Bacardí” (proveniente da antiga família Bacardí Massó, que fundou a destilaria de mesmo nome em Santiago de Cuba, em 1862, e agora era distribuído pelos revolucionários como se fosse Coca-Cola). O ditador Fulgencio Batista (1901 – 1973) fugira para a República Dominicana semanas antes, abandonando um país em êxtase sangrento. Nas ruas, o povo dançava “son” e “rumba” sobre escombros enquanto os “barbudos” de Sierra Maestra desfilavam em jipes roubados do governo que caíra, metralhadoras Thompson empunhadas como cetros de um novo poder. O destino de Cuba estava selado para sempre, o maior laboratório socialista da América Latina está em funcionamento, com todos os seus defeitos e acertos, até o ano de 2025.

No meio do processo revolucionário, o coração de Fidel vacila

No Porto de Havana, o “MS Berlin” era uma ilha de normalidade alemã ancorada no caos cubano. Um transatlântico de 18 mil toneladas balançando suavemente nas águas escuras como um cisne em um pântano petrolífero. A bordo, Marita Lorenz (1939 – 2019), 19 anos, assistia ao espetáculo com olhos verdes arregalados.

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Filha do capitão, tinha a pele leitosa das mulheres do Báltico e cabelos castanho-escuros que chegavam até a cintura. Criada entre disciplina prussiana e viagens transatlânticas, era simultaneamente ingênua e cosmopolita. Marita Lorenz preenchia todos os requisitos dos contos de fadas sobre princesas dos irmãos Grimm (Jacob (1785 – 1863) / Wilhelm (1786 – 1859).

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Na tarde de 28 de fevereiro, uma lancha militar aproximou-se do navio. Três homens saltaram a bordo, e entre eles, uma figura improvavelmente alta destacava-se como uma ave de rapina: Fidel Castro Ruz (1926 – 2016) subiu a escada com agilidade, seu uniforme verde-oliva manchado de suor e terra, a barba espessa dando-lhe uma aura de autoridade num rosto jovem de 32 anos. Fidel era o próprio Burt Lancaster (1913 – 1994) da Era de Ouro do Cinema Estadunidense.

Quando seus olhos encontraram os de Marita, não foi um olhar – foi uma posse.

— Como se chama? — sua voz era um rugido suave.
— Marita — ela sussurrou.

Ele pegou os binóculos de um de seus homens e os colocou em suas mãos:

Veja esta ilha. Esta terra sou eu. E eu sou ela.

Quando ela baixou os binóculos, ele estava olhando para ela, não para a cidade.

— Você ficará — disse, não como um convite, mas como um fato estabelecido.

Naquela noite, Marita desceu a prancha do navio com uma mala pequena. Não olhou para trás. Seu pai observou, pálido, silencioso, estarrecido, sabendo que perdia a filha para algo maior que ambos. A filha não caíra nos braços de um homem: Marita Lorenz era abraçada com carinho pelo Espírito do Tempo!

O quarto 2408: o altar da Revolução transmutado em desejo

A suíte 2408 do Habana Libre era um paradoxo arquitetônico: cortinas de veludo vermelho contra paredes nuas com mapas topográficos da Sierra Maestra presos com facas; móveis de luxo danificados por botas sujas de lodo; cinzeiros transbordando de pontas de charutos Cohiba ao lado de copos de cristal francês. Era o velho Hilton transformado em Quartel-General da Revolução, o luxo fútil a serviço dos revolucionários do povo. O sonho de uma geração materializada, profanando o santuário e a catedral da ostentação da decadente burguesia que lambia as botas de Fulgêncio Batista.

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Marita vivia em um turbilhão de sensualidade e história. À noite, deitada na cama King-Size, ela ouvia Fidel e Che Guevara (1928 – 1967) discutirem reforma agrária no quarto ao lado, suas vozes passionais como serras cortando madeira. Camilo Cienfuegos (1932 – 1959) às vezes entrava para pegar documentos e lançava a ela um sorriso de menino travesso – sempre fora o modo de proceder do mais alegre dos revolucionários, aquele que injetava força nos companheiros quando o desânimo os abatia. E foram muitas as vezes que Camilo o fez. Fidel sempre recordaria esta característica de Cienfuegos em seus discursos.

O desejo que já se transmutava em amor gerou frutos – e controvérsias

Sete meses se passaram assim. Até que ela soube que estava grávida. Fidel ficou estranhamente quieto quando ela contou. Seus olhos escureceram.

— Isso complica as coisas — disse suavemente, acariciando seu ventre ainda plano. — Há inimigos por toda parte.

Na manhã seguinte, dois homens de uniforme apareceram. Levaram-na para uma clínica em um bairro distante. A sala era fria, azulejos brancos até o teto, cheirando a desinfetante e medo. Uma enfermeira aplicou uma injeção.

Quando acordou, estava de volta à suíte. Seu ventre estava plano novamente. Vazio.

— O bebê se foi — disse Fidel, a voz distante. — Uma complicação. A revolução exige sacrifícios.

Anos depois, juraria ter visto aquele médico sendo fuzilado contra um muro. Vingança de Fidel pelo filho perdido? A verdade dissolveu-se no ácido do tempo [1]. É importante destacar que só há o depoimento de Lorenz e, mais importante, estranhamente ela retornaria a Cuba uma segunda vez, com intenções macabras. Fidel jamais se pronunciou sobre esta História. Qualquer historiador sério, jornalista ou cidadão interessado deve ter sempre duas versões, talvez mais, sobre uma história, o que não é o caso sobre este acontecimento.

Miami, 1960: é chegada a hora de matar Fidel

Marita fora enviada de volta a Nova York meses depois, pálida e depressiva. Mas a CIA não esquece. Frank Sturgis (1924 – 1993) a encontrou em um café. Ex-fuzileiro naval, mercenário, tinha olhos de aço e o charme rude de um homem das sombras.

— Ele matou seu filho — sibilou. — É um monstro.

Ela chorou silenciosamente. Sturgis esperou. Assim começou sua transformação de “amante abandonada” em arma geopolítica (é aqui que a Guerra Fria deixou milhares de vítimas enquanto durou, e a História não deve se silenciar quanto a isso).

Fidel Castro e combatentes na Sierra Maestra, em 2 de dezembro de 1956. (Imagem: Wikimedia Commons)

Marita Lorenz foi progressivamente transformada na eventual assassina de um herói de gerações, manipulada pela CIA a fim de executar o “L’homme du destin” do mundo revolucionário.

Em um armazém abandonado, técnicos da CIA lhe mostraram duas cápsulas de gelatina com toxina botulínica.

— Mata em 30 segundos. Parecerá um ataque cardíaco.

A genialidade perversa estava no método:

— Esconda-as aqui — disseram, entregando-lhe um pote de creme “Nivea”. — Nenhum guarda cubano vai revistar… lugares íntimos e femininos. São homens brutos, disseram-lhe os homens da CIA.

Suas mãos tremiam durante os treinos. — Ele vai me reconhecer — disse.

Sturgis sorriu sem corar:

Ele vai lembrar de quem você era. Não de quem você se tornou.

A maquinaria da morte: CIA, máfia e a criatividade letal

Enquanto Marita era treinada, a máquina de assassinato operava em múltiplas frentes. A aliança CIA-Máfia gerava uma orgia de criatividade letal:

  • Charutos explosivos para explodir em sua boc.
  • Conchas marinhas coloridas recheadas com explosivos para seus mergulhos.
  • Pó de talco envenenado para suas botas.
  • Canetas-seringa com toxina botulínica.

Cada plano mais bizarro que o anterior. A “Divisão de Soluções Criativas” da CIA tornara-se uma burocracia do absurdo. Trafficante calculava friamente:

— Matar Castro é bom, mas substituí-lo por alguém que nos devolva os cassinos é melhor. A obsessão estadunidense consumiria US$ 50 milhões anuais na Operação Mongoose, quase levando o mundo à guerra nuclear na Crise dos Mísseis em 1962/ 1963.

O regresso: o limiar da história e o silêncio

Marita voltou a Havana em 1961. No Habana Libre, Fidel a esperava de costas para a porta. Olhando a cidade que agora governava, ele encarnava a esperança do Socialismo Mundial. Não era um homem, já era uma página da História.

— Eu sabia que você voltaria — disse, sem se virar. — Você veio para me matar?

— Sim — sussurrou ela, lágrimas queimando seus olhos, a coragem dissolvida como manteiga preta proveniente do rímel, que contornavam as pálpebras de seus olhos verdes belos e vacilantes.

Ela acenou para o banheiro. No interior, suas mãos trêmulas encontraram apenas uma pasta âmbar — o veneno fora neutralizado pelo calor e pela umidade típicas da Ilha. O plano original da CIA foi concebido sem levar em conta que toxina botulínica em drágeas fatalmente não resistiram ao calor e à umidade, na longa lista de erros da CIA. No caso de Fidel Castro, foram documentados 638 erros, isto é, aqueles que se referem às tentativas de executar a vida de um chefe de Estado: 638 vezes. O chamado mundo ocidental não enxerga com a devida veemência o escândalo que isto significa.

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Foi então que, naquele quarto, se desenrolou uma cena dramática que desafiaria roteiristas premiados de cinema, ou escritores como Ernest Hemingway (1899–1961). E que colocaria a sanidade de Fidel Castro, o líder de uma das mais inspiradoras Revoluções do mundo, sob um perigo mortal armado por si mesmo, contra si mesmo. Sob a luz amarelada do quarto, o homem de quase dois metros de altura caminhou lentamente até a sua escrivaninha, em meio ao emaranhado de papéis expulsos com um golpe de mão, retirou sua famosa Colt M1911A1, calibre .45, caminhou até a moça, engatilhou sua arma-símbolo, e a deu a Lorenz. — Não precisa de veneno. Use isto, é mais forte, letal e eficaz.

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O Comandante não brincava com as palavras. O projétil disparado de uma Colt .45 perfaz um canal de ferida larguíssimo nos tecidos moles, destrói massivamente músculos, órgãos e vasos sanguíneos. A hemorragia que causa tem uma janela de tamponamento muito baixa, algo menos que cinco minutos. Se forem dois tiros, a morte não é mera possibilidade. Ainda num ritual silencioso, Fidel Castro despiu-se de seu uniforme militar, abriu os botões da camisa social, e pronunciou as frases que poderiam mudar a História: Aperte o tigre, já está engatilhada.

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O silêncio que se seguiu foi mais alto que qualquer explosão que a CIA pudesse ter planejado. Em novembro de 1993, Lorenz deu uma longa entrevista a “Vanity Fair” e disse que o que mais impressionou foi o destemor absoluto e a forma, beirando a gentileza, com que Fidel Castro ofereceu o seu peito nu para que ela executasse o serviço que um agente da CIA não tinha a coragem de fazê-lo pessoalmente. Ela diz mais: “Os olhos daquele homem, naquele momento, entraram na minha alma com tamanha força, que ele não me desarmou só daquela pistola, ele tirou de mim qualquer vontade de permanecer ao seu lado, foi um sentimento profundo que eu jamais seria capaz de explicar ou replicar.”

O legado: 638 falhas e a imortalidade da história

Marita voltou aos EUA descartada pela CIA. Tornou-se um fantasma da Guerra Fria, aparecendo periodicamente em investigações sobre o assassinato de JFK. Morreu em 2019, pobre e obscura.

Fidel sobreviveu a 638 tentativas de assassinato documentadas. Brincava: “Se sobreviver a atentados fosse esporte olímpico, eu teria medalha de ouro.” A obsessão estadunidense apenas cementou seu mito. Cada falha era uma vitória propagandística, cada plano absurdo uma confissão de impotência.

Epílogo: o suspiro da história

Hoje, Havana ainda cheira a rum e Revolução, mas também a “dollar stores e Wi-Fi” turístico. O MS Berlin foi desmontado como sucata. O quarto 2408, aluga-se para turistas alheios ao drama que testemunhou. Fidel morreu na cama aos 90 anos. O império gastou bilhões para matar um fantasma e, no processo, tornou-o eterno. Às vezes, a história não é escrita por quem puxa o gatilho, mas por quem ousa não o fazer.

“Viva Fidel, Viva Cuba”

“¡Patria o Muerte!”

Nota

[1] LORENZ, Marita; SCHWARZ, Ted. Marita: One Woman’s Extraordinary Tale of Love and Espionage from Castro to Kennedy. New York: Thunder’s Mouth Press, 1993. Informações do diálogo, pp. 89.

Bibliografia

LORENZ, Marita; SCHWARZ, Ted. Marita: One Woman’s Extraordinary Tale of Love and Espionage from Castro to Kennedy. New York: Thunder’s Mouth Press, 1993.

SKIERKA, Volker. Fidel Castro: A Biography. Cambridge: Polity Press, 2004.

GEYER, Georgie Anne. Guerrilla Prince: The Untold Story of Fidel Castro. Kansas City: Andrews McMeel Publishing, 2001.

BOURNE, Peter G. Fidel: A Biography of Fidel Castro. New York: Dodd, Mead & Company, 1986.

MAHEU, Robert; HACK, Richard. Next to Hughes: Behind the Power and Tragic Downfall of Howard Hughes by His Closest Advisor. New York: HarperCollins, 1992.

SERVER, Lee. Handsome Johnny: The Life and Death of Johnny Rosselli. New York: St. Martin’s Press, 2018.

TALBOT, David. The Devil’s Chessboard: Allen Dulles, the CIA, and the Rise of America’s Secret Government. New York: HarperCollins, 2015.

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