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EUA comparam Rússia a “tigre de papel”; Kremlin responde com ironia: somos “urso de verdade”

Kremlin reage a Trump: Rússia ironiza comparação com “tigre de papel”, defende economia e reforça papel central na guerra da Ucrânia

O confronto entre Rússia e Trump ganhou novos contornos na última semana, quando o Kremlin reagiu com ironia às declarações do presidente dos Estados Unidos, que havia descrito o país como um “tigre de papel”.

O porta-voz do Kremlin  Dmitri Peskov afirmou que a Rússia “é um urso de verdade” e destacou a resiliência da economia frente às sanções internacionais.

Rússia e Trump em confronto simbólico

O porta voz tampouco está de acordo com as “grandes dificuldades” que experimenta a economia russa segundo Trump, embora reconheceu que “há alguns pontos de tensão” que se devem sobretudo às sanções e a desordem na economia mundial”.

De acordo com Peskov, “o mundo entrou em uma fase de absoluta imprevisibilidade econômica. Em nível global, na prática, desapareceu a possibilidade de fazer análise econômica”.

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Ele acrescentou:

“Já ouvimos inúmeras vezes, tanto de Washington quanto das capitais europeias, que a economia da Rússia iria colapsar, que se desfaria em pedaços, mas já se passou muito tempo e nada disso aconteceu.”

Economia russa resiste a sanções, diz Kremlin

O representante do Kremlin explicou que “a economia russa se transformou de tal forma que a operação militar especial (como se denomina oficialmente a campanha na Ucrânia) pode receber com folga tudo o que necessita e, apesar de todas as dificuldades, mantém sua solidez e estabilidade macroeconômica”.

Peskov destacou:

“É preciso ter consciência: há uma guerra. O que acontece ao nosso redor é uma guerra. Agora estamos na fase mais delicada dela. Nela se decide nosso destino. Temos que vencê-la em nome de nossos filhos, de nossos netos, do futuro deles.”

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Putin e Zelensky: impasse sobre local de encontro

Perguntado sobre a proposta do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de reunir-se com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Cazaquistão, Peskov respondeu que Kiev “propõe locais totalmente inaceitáveis” para Moscou.

Ele citou como exemplo o fato de que, antes de mencionar a principal república da Ásia Central, havia sugerido a Suíça ou a Áustria, que “de fato já não são países neutros”, mas não disse nada a respeito do Cazaquistão.

O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, declarou não ver inconveniente em que Putin e Zelensky se encontrem em seu país, mas esclareceu que não considera que o Cazaquistão deva atuar como mediador, segundo declarações publicadas pelo portal ucraniano Strana.ua.

“Ambas as partes estão em condições de dialogar sobre suas controvérsias de modo bilateral e em diferentes níveis. Sempre disse que a crise ucraniana é muito complexa e não se deve subestimar esse fato. Com a continuidade das ações militares, agravam-se os problemas territoriais, históricos, étnicos, linguísticos e políticos. (…) É necessário seguir negociando”, assinalou Tokayev.

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ONU: Zelensky acusa Putin e pede apoio militar

Por sua vez, segundo agências internacionais, Zelensky, ao discursar na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), exortou seus aliados a redobrarem esforços para pôr fim à guerra em seu país, ao mesmo tempo em que acusou Putin de querer expandir as ações bélicas além da Ucrânia.

“Os drones russos já sobrevoam toda a Europa e as operações russas já se estendem a outros países. Putin quer prolongar esta guerra, ampliar sua área de ação, e ninguém pode se sentir seguro neste momento”, declarou o presidente ucraniano, acrescentando que “esta guerra está provocando a mais devastadora corrida armamentista da história”.

Zelensky instou seus aliados a investirem na indústria militar da Ucrânia: “Os senhores não precisam começar do zero nesta corrida. Estamos dispostos a compartilhar o que já demonstrou sua eficácia: que nosso armamento moderno seja a sua segurança moderna.”

As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

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