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“Dossiê SOS Palestina Livre” busca fim de uma agressão iniciada há 77 anos, aponta Amyra El Khalil

Na última segunda-feira (14), das 11h às 13h (horário de Brasília), a economista e ativista palestino-brasileira Amyra El Khalili apresentou os objetivos do “Dossiê SOS Palestina Livre” no Encontro Internacional pela Paz e pelo Fim do Genocídio em Gaza.

Na videoconferência, realizada sob coordenação de Márcia Campos, representantes de 32 países, dos cinco continentes, reuniram-se online, numa iniciativa inédita, para articular a solidariedade ao povo palestino, vítima de genocídio por parte do governo sionista de Israel, com apoio dos Estados Unidos.

Caras e caros presentes,

É com imenso senso de responsabilidade e urgência que nos reunimos nesta videoconferência: “ENCONTRO INTERNACIONAL PELA PAZ E PELO FIM DO GENOCÍDIO EM GAZA”, para compartilhar um momento de reflexão e ação em prol da libertação da Palestina.

Antes de mais nada, quero expressar meus agradecimentos à idealizadora desta iniciativa, Sra. Márcia Campos, coordenadora do Coletivo Internacionalista pela Palestina, e cumprimentar todas as companheiras e todos os companheiros aqui presentes, bem como a sua equipe de produção, graças à qual este evento se realiza.

Meu nome é Amyra El Khalili. Sou beduína palestino-brasileira, professora de economia e fundadora e editora das redes Movimento Mulheres pela Paz na Palestina e Aliança RECOs – Aliança de Redes de Cooperação Comunitária desde o Sul Global.

Recebi a tarefa de ser mensageira desde o Sul Global. Trago o “Dossiê SOS Palestina Livre”, a ser entregue aos participantes desta sessão, sob a presidência de Márcia Campos, com o objetivo de que esse documento histórico se multiplique nos cinco continentes aqui representados pelos internacionalistas neste encontro.

O Dossiê SOS Palestina é um relatório internacional assinado por centenas de organizações e movimentos. Junto a ele, segue a carta-apelo urgente por uma “Ação para Acabar com a Fome em Gaza e Garantir o Acesso Humanitário” — uma cyber ação coordenada pela Law for Palestine (Reino Unido) e assinada por mais de 1.000 entidades, com o apoio de Francesca Albanese, relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados, para romper o “cerco genocida” imposto por Israel a Gaza.

Albanese reafirma: “Imploro aos Estados-membros, especialmente às autoridades responsáveis pelo trânsito do comboio, que respondam favoravelmente e ajam com rapidez.” Assim sendo, nós signatários objetivamente exigimos:

  • A abertura imediata e incondicional de todas as passagens para Gaza, incluindo a de Rafah;
  • O fim de toda e qualquer obstrução à ajuda humanitária – alimentos, combustível, água e medicamentos – em qualquer ponto de entrada em Gaza;
  • Garantias de segurança para os trabalhadores humanitários e liberdade de atuação em solo;
  • Monitoramento internacional efetivo de um comboio diplomático, a fim de assegurar o cumprimento do direito humanitário e impedir o uso da fome como instrumento de guerra.

Além dessas demandas emergenciais, este dossiê apresenta também os apelos e suas considerações, refletindo os pedidos de socorro e as propostas que palestinas e palestinos consideram essenciais para alcançar uma paz justa e duradoura na região.

Este dossiê é um instrumento jurídico e histórico. É uma compilação dos principais pontos abordados em vários apelos enviados por intelectuais e lideranças palestinas, com o objetivo de ser encaminhado aos governos e autoridades de todo o mundo, sendo um chamado à responsabilidade da comunidade internacional sobre a realidade e a verdade dos fatos do que acontece em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém, territórios ocupados da Palestina pelas forças coloniais israelenses.

Desde 2024, como havíamos previsto neste documento, o exército israelense avançou sobre Rafah, resultando na aniquilação de uma população encurralada, composta por mais de 2 milhões de palestinos, predominantemente mulheres, crianças e idosos. Se nos referirmos apenas às crianças, são mais de 600 mil, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), enfrentando inanição, escassez de água, falta de acesso a remédios, saneamento básico precário, infraestrutura destruída e uma incapacidade de se proteger ou buscar refúgio entre Rafah e o deserto do Sinai, no Egito. Por mais inimaginável que possa parecer, a atual agressão desse mesmo algoz colonizador está gerando um cenário ainda pior do que foi para nós a Nakba de 1948.

O “Dossiê SOS Palestina”, entregue em mãos ao Sr. Luiz Inácio Lula da Silva durante visita a Itajaí (SC), em 29 de maio de 2025, será também enviado às autoridades, lideranças, governos e tribunais internacionais de justiça, à mais alta corte de Haia, ao Tribunal Penal Internacional, à ONU em sua relatoria e a todos os operadores do Direito que defendem os direitos humanos e do ambiente.

Como testemunho eloquente da presença de sua população original, Jericó, a cidade mais antiga do mundo, reconhecida como patrimônio da humanidade pela Unesco em 2023, tem sua fundação datada em torno de 11 mil anos atrás. Suas muralhas, as mais antigas reconhecidas pela história, construídas há cerca de 8 mil anos, também testemunham o esforço multimilenar desse mesmo povo em se defender de seus agressores. Há pelo menos 77 anos, esse mesmo povo grita a todo o planeta por sua liberdade e autodeterminação.

Este dossiê não é um manifesto, um panfleto, um discurso de palanques ou uma gritaria de surdos. É um ponto de partida para uma questão com ao menos 77 anos de atraso para ser solucionada. É um esforço coletivo pela justiça, solidariedade e paz na Palestina, demonstrando a importância da unidade e da mobilização internacional em torno de uma iniciativa de formadores e formadoras de consciência, capaz de ecoar os sentimentos, desejos e clamores do povo palestino ao formarmos alianças inquebrantáveis por um Bem Maior.

A coleta de assinaturas não cessará até que os objetivos deste dossiê sejam alcançados, porque os palestinos e palestinas temos fé, uma fé na resistência, uma fé que nos mantém vivas e vivos pela nossa existência e dignidade; uma fé que não se esgota e que nos coloca diante do destino, cumprindo uma missão pela evolução da humanidade e proteção de todos os seres vivos neste planeta.

Agradecemos imensamente aos signatários desta cyber-ação internacional, cujas preciosas assinaturas registram este apoio humanitário emergencial no Apelo Urgente por uma Ação para Acabar com a Fome em Gaza e Garantir o Acesso Humanitário.

Agora será o nosso “poder da caneta”, com a força de seus nomes e sobrenomes, que ajudará a determinar os destinos do digno e resiliente povo palestino, cujo gesto generoso nos dará a energia e a coragem de que precisamos para seguir nesta missão.

Agradecemos também ao “Coletivo Internacionalista pela Palestina” pela iniciativa deste encontro providencial de pessoas certas, nos momentos certos e nos espaços certos.

InshAllah, venceremos.

* Apresentação dos objetivos do Dossiê SOS Palestina Livre, contribuição de Amyra El Khalili no Encontro Internacional pela Paz e pelo Fim do Genocídio em Gaza, realizado por videoconferência em 14 de julho de 2025, das 11h às 13h (horário de Brasília). Sob coordenação de Márcia Campos, representantes de 32 países, dos cinco continentes, reuniram-se online, numa iniciativa inédita, para articular a solidariedade ao povo palestino, vítima de genocídio por parte do governo sionista de Israel, com apoio dos Estados Unidos.

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