De norte a sul dos EUA, o clamor por democracia se espalha de forma inédita, repudiando um Trump cuja violência é promovida não apenas em casa, mas no mundo
Multidões em cerca de 2.600 cidades estadunidenses estão nas ruas. O clima é de festa, mas os cartazes dizem muito: “Sem reis”. Não querem um rei, nem um imperador, nem um ditador. Querem liberdade, querem democracia. A mensagem é clara: o povo rejeita o autoritarismo de Donald Trump, que segue ignorando essas vozes e conduz o país a uma guerra que ninguém pediu.
Esse número expressivo mostra a dimensão do descontentamento popular. De norte a sul, o clamor por democracia e pelo fim do autoritarismo de Trump se espalha de forma inédita. É um movimento que une cidades pequenas e grandes metrópoles em um único grito: não queremos reis, queremos liberdade e respeito às instituições democráticas. Cada uma dessas 2.600 cidades se torna um símbolo da resistência ao autoritarismo e da luta por um futuro mais justo.
Enquanto Trump despreza os apelos populares e as manifestações democráticas, avança com uma agenda belicista. Sua guerra não é mais contra o terrorismo: agora, ele elevou os narcotraficantes à categoria de terroristas. Com isso, pretende justificar ataques e intervenções em territórios soberanos, especialmente na América Latina. A Venezuela é alvo antigo, mas agora a ofensiva se volta também contra a Colômbia, cujo presidente, Gustavo Petro, foi insultado publicamente e acusado de chefia do narcotráfico.
Esse discurso agressivo tem respaldo em setores do Congresso e da mídia, que naturalizam o intervencionismo estadunidense sob a capa da guerra contra as drogas. Mas é evidente que se trata de uma estratégia de dominação regional, com interesse em recursos e controle político. A militarização das relações internacionais é a marca do governo Trump.
Ao mesmo tempo, assistimos ao agravamento do genocídio palestino. A guerra do Trump é também a guerra dos sionistas de Israel. Como era previsível, Israel não respeitou o cessar-fogo e voltou a bombardear Gaza. Centenas de palestinos voltaram a ser assassinados sob os olhos omissos da comunidade internacional, enquanto os EUA bloqueiam qualquer avanço na ONU.

No caso de Gaza, a situação se agrava ainda mais. A violação do cessar-fogo por Israel não é apenas um ato isolado, mas parte de uma política sistemática de opressão. O povo palestino, já exausto de décadas de conflito, enfrenta novos bombardeios que ceifam vidas inocentes e destroem infraestruturas vitais. Enquanto isso, a comunidade internacional hesita, e os EUA, sob Trump, bloqueiam qualquer tentativa de mediação real. Assim, a tragédia palestina se aprofunda, tornando-se um símbolo doloroso do preço da inação global e do apoio incondicional ao sionismo.
O autoritarismo é interno e externo. Trump silencia o povo em casa e promove a violência lá fora. Mas os protestos crescem, e o grito “Sem reis” ecoa como um lembrete de que a democracia ainda respira.
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