Do controle de portos brasileiros aos investimentos em negócios lícitos, a facção Primeiro Comando da Capital se consolida como uma potência clandestina do capitalismo criminoso
A facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC, é hoje um dos principais atores do narcotráfico internacional. Através de alianças com grupos como as FARC, na Colômbia, e a ‘Ndrangheta, na Itália, o PCC expandiu sua atuação para diversos continentes, tornando-se uma verdadeira multinacional do crime.
Surgido nos presídios de São Paulo, o PCC construiu uma estrutura organizacional hierárquica, com códigos internos e comunicação eficiente. Mesmo com lideranças presas, como o Marcola, a facção manteve sua capacidade de comando e expansão. Hoje, opera em pelo menos 20 países, incluindo Argentina, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e, através de portos brasileiros, alcança Europa, África e Oriente Médio.
No Brasil, o controle do Porto de Santos é uma peça-chave para a logística internacional da droga. Usando contêineres, lanchas, submarinos e métodos sofisticados de disfarce, o PCC envia cocaína para diversos destinos, operando com eficiência empresarial.
Sua expansão também se deve à capacidade de formar alianças com facções locais em outros países, respeitando suas culturas e estruturas, o que facilita a integração e evita conflitos desnecessários. No Equador, por exemplo, aproveitaram a dolarização da economia para lavar dinheiro e estabelecer bases.
O PCC diversificou suas atividades: além do tráfico de drogas, está envolvido com garimpo ilegal, contrabando, roubo de cargas e outros crimes financeiros. Também investe em negócios aparentemente lícitos, como empresas de transporte, postos de gasolina, bares e restaurantes, que funcionam como fachadas para lavagem de dinheiro. Isso demonstra sua adaptação ao modelo de corporação criminal, com divisões de tarefas, centros de comando e logística internacional.
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O negócio é altamente lucrativo: enquanto um quilo de cocaína pode custar entre mil e 1.300 dólares na América do Sul, seu valor na Europa pode superar os 30 mil euros, e no Japão pode superar 100 mil dólares. Essa diferença brutal evidencia o incentivo econômico que alimenta a expansão do tráfico.
Segundo estimativas da Polícia Federal, a organização fatura mensalmente de 100 milhões a um bilhão de dólares, dependendo de maior ou menor volume de venda da droga.
Paradoxalmente, a hegemonia do PCC em certas regiões levou à queda no número de homicídios, pois eliminou disputas entre facções rivais. Mas isso não significa paz: significa o império de uma ordem criminosa.
Diante disso, chama atenção a ausência de uma política de Estado eficaz contra o crime organizado. O que se vê é a criminalização da pobreza e a repressão localizada, enquanto o núcleo financeiro e logístico dessas organizações segue atuando com relativa impunidade.
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O desafio é global e exige cooperação internacional, regulação do sistema financeiro e inteligência estatal. Enfrentar o PCC não é apenas combater o tráfico, mas enfrentar uma estrutura de poder paralela que já se consolidou como uma multinacional clandestina do capitalismo criminoso.
* Artigo redigido com auxílio do ChatGPT.

