No fim das contas, o encontro em Washington trouxe um sinal claro de cansaço: a Europa dividida e enfraquecida, os EUA transformando a guerra em negócio e Zelensky encurralado
A reunião em Washington, realizada em 18 de agosto de 2025, reuniu Donald Trump, Volodymyr Zelensky e uma série de líderes europeus — entre eles Emmanuel Macron, Friedrich Merz, Giorgia Meloni, Keir Starmer e Ursula von der Leyen. Tratada como uma “cúpula de segurança”, o encontro tinha o objetivo de traçar um caminho comum para o fim da guerra na Ucrânia. No entanto, o que se viu foi um cenário de esgotamento e divisões internas no Ocidente.
Trump, sem rodeios, afirmou que os Estados Unidos não darão mais nada de graça à Ucrânia. Em vez disso, anunciou que agora só venderá armas, e que caberá à Europa pagar a conta se quiser manter Kiev armada. O pacote oferecido foi descrito como uma “garantia de segurança muito boa”, inspirada no artigo 5º da Otan, mas condicionada à compra de 90 a 100 bilhões de dólares em armamentos estadunidenses — um ônus que recairia sobre os combalidos cofres europeus.
Isso coloca os europeus em uma posição delicada. Eles não têm esse montante disponível para financiar uma guerra que já parece perdida. Ainda assim, insistem em manter a linha dura de isolar a Rússia, ao invés de buscar uma integração eurasiática que poderia trazer mais estabilidade e novas oportunidades de cooperação. Os líderes presentes tentaram sustentar uma frente comum, mas saíram de Washington com mais dúvidas do que certezas.
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Zelensky, por sua vez, pressionado pelo esgotamento militar e político, aceitou a possibilidade de negociar diretamente com Vladimir Putin. Estima-se que um encontro entre os dois possa ocorrer em breve, o que seria impensável meses atrás, quando a palavra de ordem em Kiev e Bruxelas era “resistência total”. Agora, sob o risco de perder o apoio decisivo dos EUA, o presidente ucraniano se mostra disposto a costurar um acordo em poucos dias.
Nesse tabuleiro geopolítico, a China entrou em cena afirmando estar pronta para enviar forças de paz e contribuir para a estabilização da Ucrânia, motivada por razões estratégicas: evitar que o conflito siga desestabilizando a Eurásia e comprometendo os corredores comerciais que Pequim constrói em direção à Europa. Esse movimento reforça como a disputa já não é apenas entre Otan e Rússia, mas também entre Estados Unidos e China pelo futuro da ordem global.
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No fim das contas, a cúpula de Washington não trouxe unidade, mas sim um sinal claro de cansaço: a Europa dividida e enfraquecida, os EUA transformando a guerra em negócio e Zelensky encurralado diante da realidade de que a Ucrânia não pode sustentar indefinidamente um conflito contra a Rússia. O encontro, longe de apontar para uma solução estável, deixou exposto que o mundo já não é o mesmo e que novos atores e arranjos estão surgindo no cenário internacional.
* Texto produzido com auxílio do ChatGPT.
As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

