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CAFÉ COM VODKA | Intercâmbio científico e mobilidade acadêmica impulsionam diplomacia Brasil-Rússia

Além de criar uma gama de oportunidades no âmbito da pesquisa acadêmica, a aliança entre universidades do Brasil e da Rússia beneficia a geração de emprego e renda e a amizade entre as duas nações

A coluna CAFÉ COM VODKA é produzida pelo Centro de Integração e Cooperação entre Rússia e América Latina no Brasil (CICRAL Brasil) em parceria com a Diálogos do Sul Global.

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Diversos estudantes, ao adentrar em uma universidade de certo prestígio no Brasil, buscam não somente adquirir uma boa formação e incrementar o currículo profissional, mas também realizar um intercâmbio para alguma universidade estrangeira. Estudar fora permite conhecer novas culturas e pessoas, o que torna a experiência acadêmica mais rica e traz grandes benefícios tanto para a vida profissional como para o desenvolvimento pessoal.

Os modelos de intercâmbio nos quais o aluno complementa seu diploma com uma segunda qualificação em uma universidade estrangeira se caracterizam como programas de mobilidade acadêmica e são frutos de acordos bilaterais entre as diferentes universidades que se inserem no âmbito internacional da pesquisa científica. As melhores instituições ao redor do mundo buscam firmar acordos de cooperação com diversas outras de ensino superior, a fim não só de levar seus alunos para fora, mas trazer alunos internacionais para estudar em suas universidades. 

Este tipo de arranjo é extremamente benéfico para ambas as instituições que se empenham para o sucesso do intercâmbio, possibilitando uma troca de tecnologias, ideias e pessoas com efeito diplomático prático e perceptível quanto ao estreitamento das relações entre os dois países parceiros. Incentivando o intercâmbio cultural, e tecnológico, estes programas fazem nascer, no interior dos estudantes contemplados, verdadeiros laços com as pessoas que os recebem no exterior. Aliás, essa ligação se dá, sobretudo, com o país em si, possibilitando a criação de ainda mais oportunidades entre as nações, seja a partir da contribuição ativa dos indivíduos em seus estudos e trabalhos, seja com a geração de emprego e renda oriundos dos resultados das pesquisas. Há ainda a normalização da amizade entre os povos de cada país, cujos laços tornarão cada vez mais proveitosos acordos e projetos futuros.

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No âmbito das parcerias acadêmicas, os programas de mobilidade não são os únicos caminhos, podendo existir uma série de projetos que intensificam a integração entre os países. Há acordos destinados ao desenvolvimento de pesquisa conjunta entre as universidades, no qual professores e pesquisadores de ambas as instituições se unem para alcançar um objetivo científico comum, compartilhando informações e demais aspectos importantes do projeto e criando uma rede de apoio científica que apenas tende a aprimorar a qualidade da pesquisa. Além disso, parcerias para eventos específicos, como congressos de uma determinada área, exposições e visitas, também desempenham um papel fundamental nesta diplomacia indireta realizada pelo corpo discente e docente, colocando em contato direto os tomadores de decisão de cada país e estreitando as relações entre os Estados participantes.

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Unicamp: integrando Brasil e Rússia

Um caso interessante a ser mencionado neste movimento é a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), uma das maiores instituições brasileiras. Empenhada em sua internacionalização, a Unicamp traz diversos estudantes de fora para conhecerem e contribuírem com o Brasil. Além disso, levam muitos de nossos estudantes para cooperar com a ciência no exterior, levando consigo a pesquisa e a vontade brasileiras, que sempre deixam marcas por onde passam. Esta universidade paulista é uma das que mais possuem acordos de cooperação com escolas russas, somando em torno de 20 diferentes convênios ativos e se destacando pelo avanço na integração com as instituições russas.

Há acordos gerais executados pela Diretoria Executiva de Relações Internacionais, bem como alianças firmadas por distintos órgãos dentro da Unicamp, como o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, a Faculdade de Ciências Aplicadas em Limeira, o Instituto de Matemática Estatística e Computação Científica, entre outros, que compõem o grande leque de contratos firmados com universidades russas.

A abundância de diferentes acordos, somada à existência de um escritório permanente de representação da Universidade Estadual de São Petersburgo na Unicamp, nos mostra assim o quão importante é o papel do intercâmbio acadêmico e científico. Bem gerida e incentivada ao longo dos anos, essa relação pode gerar cada vez mais projetos e possibilidades para ambos os países, qualificando os estudantes brasileiros com uma educação internacionalizada. Em suma, a mobilidade acadêmica é capaz de impactar não só o Brasil e a Federação Russa, mas todos os países com os quais buscamos parcerias estratégicas e se dedicam à geração do conhecimento científico e ao desenvolvimento socioeconômico de seus povos.

As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

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