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Burevestnik: novo míssil russo com mini-reator nuclear é único no mundo, afirma Putin

Ao visitar neste domingo (26) um dos centros de comando das tropas russas que combatem na Ucrânia, o presidente Vladimir Putin, trajado como comandante-chefe do Exército da Rússia, solicitou ao chefe do Estado-Maior, general Valeri Guerasimov, que contasse os detalhes do “bem-sucedido teste do míssil de cruzeiro Burevestnik (Ave das Tempestades) de propulsão nuclear”.

Segundo o general, também encarregado da campanha militar na Ucrânia, “no dia 21 de outubro foi lançado, em fase experimental, um míssil de cruzeiro Burevestnik que sobrevoou 14 mil quilômetros, e esse não é o seu limite”.

Guerasimov não especificou os pontos de partida e chegada do lançamento, mas explicou que o artefato “permaneceu no ar durante 15 horas ininterruptas e completou todas as manobras verticais e horizontais, demonstrando sua grande capacidade de escapar dos sistemas antiaéreos e antimísseis”. As características técnicas do Burevestnik, acrescentou o militar, “permitem seu uso com precisão contra alvos fortemente defendidos a qualquer distância”.

Orgulhoso, como se pôde ver no vídeo divulgado por seu gabinete de imprensa, Putin destacou: “Agora concluímos os testes finais de uma arma única, que ninguém mais possui no mundo e que especialistas reconhecidos diziam ser um projeto irrealizável”.

Desde que o mandatário russo anunciou em 2018 a ideia de criar um “mini-reator nuclear” para aumentar o tempo de voo de um míssil de cruzeiro, o projeto recebeu muitas críticas pelo risco radiativo que implicaria caso o artefato fosse abatido antes de chegar ao destino — inclusive em território russo.

Para incorporar esse modelo ao arsenal do Exército, explicou Putin, “ainda há muito trabalho pela frente”, razão pela qual ordenou construir a infraestrutura necessária para seu desdobramento.

O Burevestnik começou a ser projetado anos depois de os Estados Unidos se retirarem, em 2001, do tratado antimísseis assinado por Moscou e Washington em 1972. (Foto: Ministério da Defesa da Rússia)

Até agora, nem os Estados Unidos nem qualquer outro país com capacidade técnica para detectar o lançamento ou o rastro de contaminação radiativa deixado pelo sistema de propulsão nuclear do Burevestnik confirmaram o teste — realizado um dia antes dos exercícios nucleares realizados em 22 de outubro (mais informações a seguir).

Kiril Dimitriev, enviado especial de Putin que viajou há alguns dias aos Estados Unidos após as sanções impostas pela administração de Donald Trump, afirmou neste domingo (26), em um vídeo publicado em suas redes sociais, que já informou “a liderança estadunidense” sobre o teste do míssil.

O Burevestnik começou a ser projetado anos depois de os Estados Unidos se retirarem, em 2001, do tratado antimísseis assinado por Moscou e Washington em 1972.

Relatório otimista

O general Guerasimov também apresentou a Putin um relatório sobre os combates recentes na Ucrânia, segundo o qual o Exército russo mantém cercados 10.500 soldados ucranianos — cinco mil em Kupiansk, região de Kharkov, e outros 5.500 em Pokrovsk, Donietsk —, informação que Kiev considera falsa.

“Para minimizar as baixas desnecessárias, peço-lhe, como fizemos no passado, que tome todas as medidas para garantir a rendição dos soldados ucranianos — daqueles que, é claro, quiserem fazê-lo”, encomendou Putin a Guerasimov.

Testes nucleares – Rússia

Em 22 de outubro, Putin dirigiu, de seu gabinete no Kremlin, exercícios por terra, mar e ar de suas forças nucleares. Horas antes, Trump havia decidido suspender a cúpula de Budapeste (mais detalhes a seguir) por, segundo ele, não querer “perder tempo em uma reunião inútil”, em alusão ao fato de que o Kremlin mantém suas exigências para negociar com a Ucrânia e rejeita o cessar-fogo promovido pelo republicano.

“Hoje (quarta-feira) temos exercícios de rotina — insisto, de rotina — sobre o uso das forças nucleares”, declarou Putin em uma breve intervenção gravada e distribuída pelo serviço de imprensa da presidência russa. Após, por videoconferência, ele ordenou o início das manobras ao ministro da Defesa, Andrei Belousov, e ao chefe do Estado-Maior do Exército, Valeri Guerasimov, que se encontravam no Centro Nacional de Coordenação da Defesa da Rússia, de onde foram realizados os lançamentos.

Após afirmar que “todos os objetivos foram cumpridos”, Guerasimov destacou que o propósito dos exercícios — os anteriores ocorreram há dois anos — era “ensaiar o procedimento para autorizar o uso do armamento nuclear” — ação que exige que o presidente, o ministro da Defesa e o chefe do Estado-Maior pressionem simultaneamente o chamado “botão nuclear”, que ativa os componentes do respectivo arsenal.

Nesta ocasião, segundo Guerasimov, foi lançado um míssil intercontinental Yars, com alcance de até 12 mil quilômetros, a partir do cosmódromo de Plesetsk, localizado a 800 quilômetros ao norte de Moscou, até o polígono de Kura, na península de Kamchatka, a 6 mil quilômetros de distância.

Também participaram o submarino nuclear Briansk, que disparou um míssil balístico Sineva do mar de Barents, e bombardeiros estratégicos Tu-95C, que lançaram mísseis de cruzeiro.

Sem cúpula à vista

A Casa Branca afirmou que uma cúpula entre Trump e Putin não será realizada “no futuro imediato”. O Kremlin, por sua vez, declarou que a reunião foi adiada, e não cancelada definitivamente, já que um encontro desse tipo requer “tempo e preparação exaustiva”.

O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, respondeu: “Ninguém quer perder tempo. Nem o presidente Trump, nem o presidente Putin, que são mandatários acostumados a trabalhar de maneira eficaz e com grandes resultados, embora a eficácia sempre exija tempo”.

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Na opinião de Peskov, há neste momento “uma pausa” na busca de um acordo político na Ucrânia, que requer “a participação no mais alto nível”. Assim, uma reunião entre os líderes russo e estadunidense “deve ser bem preparada”. Ainda segundo o porta-voz, “por enquanto não há nenhuma novidade” sobre o local de uma possível cúpula nem a data em que poderia ser realizada.

Troca de bombardeios

Na madrugada de 22 de outubro, a Rússia atacou Kiev e pelo menos outras cinco regiões do país vizinho com 28 mísseis — 11 deles balísticos e quatro hipersônicos —, além de 405 drones. O Ministério da Defesa da Rússia declarou que não atingiu instalações civis, enquanto as autoridades da cidade de Kharkov disseram que um drone russo atingiu uma escola infantil.

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Por sua vez, a Ucrânia continuou lançando drones contra refinarias em diferentes regiões do território russo, deixando fora de operação cerca de 20% da capacidade de produção de gasolina e outros derivados. Ainda em 22 de outubro, foram afetadas instalações em Daguestão e Mordóvia, e o governo ucraniano reivindicou um ataque, em 21 de outubro, com mísseis de cruzeiro franco-britânicos Storm Shadow contra uma planta química em Briansk, que fabricava explosivos e combustível para os mísseis utilizados pela Rússia na guerra contra a Ucrânia.

Os detalhes da reunião em Budapeste cancelada

Os chefes da diplomacia da Rússia, Serguei Lavrov, e dos Estados Unidos, Marco Rubio, começaram em 20 de outubro a preparar por telefone a reunião que os presidentes de ambos os países, o russo Vladimir Putin e o estadunidense Donald Trump, fariam em Budapeste em uma data nas próximas semanas. Conforme mencionado, a conversa acabou suspensa dois dias depois.

O planejamento foi confirmado pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um breve comunicado, que qualificou a conversa entre Lavrov e Rubio como um “debate construtivo”. Os chanceleres se concentraram nos “possíveis passos concretos para implementar os entendimentos alcançados pelos mandatários em sua conversa telefônica de 16 de outubro passado”.

Por sua vez, em um breve comunicado do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Rubio “enfatizou a importância dos próximos encontros como uma oportunidade para que Moscou e Washington colaborem no avanço de uma solução duradoura para a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, em consonância com a visão do presidente (Donald) Trump”. O plano era que Lavrov e Rubio se reunissem primeiramente para definir a agenda e a data da cúpula presidencial.

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O vice-chanceler russo, Serguei Ryabkov, comentou à imprensa: “O mais agora importante é transmitir à contraparte estadunidense que Anchorage (Alasca) fixou o marco no qual é preciso trabalhar. Não temos alternativa: devemos basear todos os nossos esforços no que foi estabelecido e formulado pelos mandatários”.

Ryabkov se referiu à cúpula do Alasca, quando Putin transmitiu a Trump que, antes de começar a negociar com os ucranianos, Kiev deve retirar todas as suas tropas das quatro regiões (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia) que Moscou anexou e assumir o compromisso vinculante de não ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Há alguns dias, por meio de vazamentos para jornais como o Washington Post, Putin teria dito a Trump que está disposto a renunciar a 23% de Kherson e Zaporíjia, do outro lado do rio Dnieper, se a Ucrânia ceder os 30% de Donetsk que não conseguiu conquistar em três anos e oito meses de combates e que, mantendo-se o atual ritmo de avanços, as tropas russas levariam cerca de mais cinco anos para controlar totalmente, segundo uma estimativa recente da revista britânica The Economist.

Segundo pronunciamento de Dmitri Peskov em 20 de outubro, não houve mudança na posição de Moscou: “A postura da Rússia e do presidente (Vladimir) Putin é coerente e bem conhecida”.

A Ucrânia, por sua vez, continua firme em não ceder nenhuma parte de seu território que não tenha perdido nos campos de batalha, além de acreditar que, antes de negociar um acordo político, é necessário declarar um cessar-fogo geral e incondicional nas posições atuais das tropas ucranianas e russas — exigência que o Kremlin recusa.

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Assim reiterou em Kiev seu presidente, Volodymyr Zelensky, em declarações à imprensa ao regressar de Washington em 19 de outubro. Na ocasião, aproveitou para reafirmar que está disposto a viajar à capital húngara se for convidado a participar em “qualquer formato” de negociação.

Ao mesmo tempo, Zelensky afirmou que não considera Budapeste o melhor local para organizar conversações com a Rússia, devido à posição crítica em relação a Kiev e ao que chamou de “excessiva proximidade com Putin” do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

“Não queremos que se repita o que aconteceu em Budapeste”, disse o mandatário ucraniano, em alusão ao Memorando de Budapeste assinado em 1994 por Grã-Bretanha, Estados Unidos e Rússia, comprometendo-se a garantir à Ucrânia o respeito de sua soberania e integridade territorial em troca de que Kiev entregasse a Moscou o arsenal nuclear que a União Soviética havia deixado em solo ucraniano.

Hoje, analistas consideram que Zelensky só poderia renunciar à hipotética possibilidade de ingressar na Otan se obtiver garantias de segurança sólidas e juridicamente vinculantes — algo que, por ora, a administração Trump evita conceder, alegando que se trata de um assunto a ser resolvido mais adiante.

Enquanto isso, segundo agências internacionais de notícias, Trump afirmou em 19 de outubro que a Ucrânia “poderia ganhar” a guerra contra a Rússia, pouco depois de a imprensa divulgar que, em 17 de outubro, ele mesmo havia exigido que Zelensky aceitasse as condições de Putin para evitar que a Rússia destrua a Ucrânia.

“A Ucrânia ainda pode ganhar. Não acredito que vá ganhar, mas pode. Nunca disse que eles vão ganhar. Disse que poderiam. Pode acontecer qualquer coisa. As guerras são algo muito estranho. Acontecem muitas coisas ruins e muitas coisas boas”, afirmou o republicano.

Acordo entre Rússia e Cuba

Em 15 de outubro, Putin promulgou a lei que ratifica o acordo de cooperação militar entre os governos da Rússia e de Cuba, informaram as principais agências de notícias russas.

Segundo o Rossiskaya Gazeta, jornal do governo russo, o documento foi assinado em 2025, tanto em Havana, em 13 de março, como em Moscou, em 19 de março. O evento não foi divulgado, o que aponta ter sido negociado com total discrição.

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O governo russo explica, no memorando apresentado aos deputados da Duma — que aprovaram a lei de ratificação em 7 de outubro passado —, que o acordo tem como objetivo “facilitar o desenvolvimento e o fortalecimento da cooperação militar” entre ambos os países, bem como “proporcionar a base legal para definir os objetivos, as áreas e as modalidades” dessa colaboração bilateral.

Outro propósito do documento é “garantir e proteger os interesses dos cidadãos russos que participem de tarefas no âmbito deste acordo, conforme a legislação de Cuba”.

Andrei Kartapolov, presidente do Comitê de Defesa da Duma, comentou recentemente que chegou a Cuba um novo chefe de assessores militares russos, o que poderia estar relacionado a um possível “aumento da cooperação técnica e militar” baseado no acordo.

Cuba e Rússia, aliados tradicionais desde a era soviética, nos últimos anos deram novo impulso à sua relação bilateral. Nesse sentido, esse acordo de cooperação militar é de especial relevância para a Ilha no contexto do criminoso bloqueio econômico dos Estados Unidos e da política de ameaças da administração de Donald Trump aos países da região do Caribe.

Encontro entre Rússia e Síria

Os líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Síria, Ahmad Al Sharaa, se reuniram em 15 de outubro, em Moscou, para tentar encontrar fórmulas de compromisso que permitam restabelecer a relação do Kremlin com o país árabe.

Há, no entanto, um grande obstáculo — o asilo político que o mandatário russo concedeu ao presidente sírio deposto, Bashar Al Assad — que, na opinião de analistas, obscurece as perspectivas de alcançar o que ambos os dirigentes consideram prioridades: para o russo, manter sua presença militar na região; para o sírio, submeter Assad a julgamento.

Para Putin, receber a pessoa que derrubou aquele que fora seu principal aliado na região exigiu demonstrações de diplomacia: “Estimado senhor presidente, estamos muito contentes em vê-lo em Moscou, seja bem-vindo”, expressou com um sorriso, estendendo a mão para selar o aperto captado por todas as câmeras dos repórteres presentes no Kremlin.

Putin também ressaltou que a Rússia nunca manteve vínculos com a Síria “por interesses particulares” nem “por circunstâncias políticas”: “Sempre nos guiamos pelos interesses do povo sírio”.

Al Sharaa, que de chefe de um grupo terrorista se converteu em governante sírio após a fuga de Al Assad para Moscou — a partir de uma base militar russa, em dezembro do ano anterior —, agradeceu a calorosa recepção e assegurou estar disposto a respeitar “todos os acordos anteriores”, assim como a “grande história” que une os dois povos.

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O líder sírio — na reportagem transmitida pela televisão russa — fez breves referências aos acordos bilaterais nas áreas de alimentos e energia, mas há meses o incerto futuro da base naval em Tartus e do aeródromo de Hmeimim domina as negociações entre russos e sírios.

Segundo informações até agora divulgadas, a Rússia busca manter sua presença militar no país árabe e oferece, em troca, retomar o fornecimento de trigo a preços reduzidos. Por outro lado, rejeita pagar qualquer compensação pelos danos causados pelos bombardeios russos contra as posições dos inimigos de Al Assad — suposta exigência do novo governo da Síria.

Não está claro se Moscou aceitará ajudar Damasco, que se opõe à demanda de Tel Aviv de criar uma zona desmilitarizada mais ampla no sul da Síria — pedido que, segundo se comenta, teria motivado a visita de Al Sharaa a Moscou. Também não se sabe a resposta de Putin ao pedido de Al Sharaa para “entregar Bashar Al Assad a fim de submetê-lo a julgamento por crimes contra o povo sírio”, conforme divulgado pelo canal de televisão sírio Al Hadath e reproduzido por agências internacionais.

Diferentemente de Boris Yeltsin, que em 1992 ordenou a extradição para a Alemanha de Erich Honecker — o ex-dirigente da então desaparecida República Democrática Alemã, refugiado na embaixada do Chile em Moscou —, Putin nunca atendeu a solicitações semelhantes envolvendo ex-governantes das repúblicas da antiga União Soviética que obtiveram asilo político na Rússia.

Putin e Al Sharaa, durante duas horas e meia, trataram desses e de outros temas a portas fechadas. Devido ao caráter delicado das questões, o anfitrião e seu hóspede decidiram não oferecer coletiva de imprensa ao término de suas conversações.

Rússia: Europa mina acordos com Ucrânia

Em 8 de outubro, a Rússia declarou como “esgotado” o que chamou de “forte impulso” para negociar um acordo político na Ucrânia que, em sua opinião, foi alcançado em agosto passado durante a cúpula no Alasca entre Putin e Trump.

“Infelizmente, devemos constatar que o forte impulso alcançado em Anchorage (Alasca) a favor de selar entendimentos se esgotou em grande medida devido aos esforços de seus inimigos, que querem prolongar a guerra até o último ucraniano, sobretudo os europeus”, afirmou então o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov, em declarações à Rádio Mayak, TASS, RIA Nóvosti e outros meios russos. E acrescentou: “[O obstáculo] é resultado das ações destrutivas que os europeus estão levando adiante, o que dizemos aberta e diretamente.”

O diplomata advertiu mais uma vez os Estados Unidos sobre o dano que causaria à relação bilateral a entrega de mísseis de cruzeiro de longo alcance Tomahawk à Ucrânia, e expressou confiança de que a Casa Branca entenda as “graves consequências” que isso teria.

“Seria um passo sério rumo a uma escalada ainda maior, porque o aparecimento dos Tomahawk, se chegar a ocorrer, significará uma mudança importante — e poderíamos dizer até qualitativa — da situação, mas que não influirá em nossa determinação de alcançar os objetivos fixados (em relação à Ucrânia)”, especificou o vice-chanceler.

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Segundo Ryabkov, “sem o software correspondente e sem rampas de lançamento, esses mísseis não servem para nada, e seu uso hipotético só seria possível com a participação direta de militares norte-americanos.”

O vice-ministro das Relações Exteriores exortou a administração e os militares estadunidenses a tomarem a decisão sobre os Tomahawk com bom senso e responsabilidade, confiando em que estejam conscientes das graves consequências que sua entrega à Ucrânia teria para a relação bilateral.

O funcionário russo também afirmou que Moscou não recebeu uma “resposta oficial” de Washington acerca da proposta de Putin de estender por um ano, a partir de 6 de fevereiro de 2026, as “limitações quantitativas” estabelecidas pelo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START III, na sigla em inglês), o último acordo de desarmamento nuclear vigente, que expira em 5 de fevereiro seguinte.

“O sentido da proposta (do presidente Vladimir Putin) é estender a mão. Se não lhes interessa, tampouco nos preocupa”, enfatizou Ryabkov.

Reiterou que a iniciativa da Rússia não consiste em “prorrogar o tratado”, mas em manter por mais um ano o limite máximo de 1.500 ogivas nucleares e 700 rampas de lançamento de mísseis intercontinentais. Além disso, busca-se que Washington aceite não tomar, nesse período, nenhuma medida que Moscou possa interpretar como tentativa de romper o atual equilíbrio das forças estratégicas.

“Me parece uma boa ideia” foi o único comentário feito por Trump em 5 de outubro sobre a proposta, apresentada por Putin em 22 de setembro.

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