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Após Sánchez fechar Espanha ao trânsito de armas a Israel, Tel Aviv alega “antissemitismo”

Governo de Sánchez, que visa com a medida “deter o genocídio em Gaza”, convocou a embaixada de Israel na Espanha para prestar esclarecimentos

Nesta segunda-feira (8), o presidente do governo da Espanha, o socialista Pedro Sánchez, apresentou uma série de medidas para impedir o trânsito e a navegação, no território espanhol, de meios de transporte com armas e material bélico destinados a Israel.

Ao mesmo tempo, a administração do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, proibiu a entrada no Estado sionista de duas importantes integrantes do Executivo espanhol: a segunda vice-presidenta, Yolanda Díaz, e a ministra da Infância, Sira Rega, ambas da coalizão Sumar, a ala mais à esquerda do governo.

A decisão do governo de Sánchez de fechar o território espanhol a qualquer tipo de tráfego ou comércio de armas com destino final a Israel foi celebrada pelo Hamas: “Representa um passo político e moral significativo no marco dos esforços internacionais para deter a guerra de genocídio, fome e deslocamento contra nosso povo palestino na Faixa de Gaza”, assegurou em comunicado.

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As relações diplomáticas entre ambos os países estão no nível mais baixo. O chanceler espanhol, José Manuel Albares, convocou para consultas a responsável pela embaixada de Israel na Espanha, Ana Salomón, para explicar por que o governo de Netanyahu qualificou Madri como “antissemita” e “corrupta”.

O chanceler israelense, Gideon Saar, acusou o governo espanhol de antissemitismo após Pedro Sánchez anunciar as medidas de bloqueio territorial, que visam “deter o genocídio em Gaza”, informou a AFP.

“Fica evidente a intenção da administração corrupta de Sánchez de desviar a atenção de graves escândalos de corrupção por meio de uma campanha contínua anti-Israel e antissemita”, escreveu Saar em uma longa mensagem na rede X.

O porta-voz do Estado sionista instou a Espanha, e também a França, a criarem um Estado palestino em seus “próprios” territórios.

Processo contra Begoña Gómez, esposa de Sánchez

Os advogados de Begoña Gómez, esposa do presidente do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, apresentaram um recurso contra a decisão do juiz Juan Carlos Peinado — instrutor do caso envolvendo Gómez — para que não sejam acessados seus e-mails dos últimos anos. O argumento é que se trata de uma medida que “carece de motivação” e que, além disso, teria uma “repercussão midiática indiscutível”.

Gómez está imputada por cinco delitos: malversação de recursos ou bens públicos, tráfico de influências, corrupção nos negócios, apropriação indevida de marca e exercício ilegal da profissão, em um polêmico processo judicial que o próprio Sánchez e o conjunto de seu governo qualificaram como “injustificado” e “sem fundamento”.

Antonio Camacho é o advogado de Begoña Gómez, um jurista experiente que, além disso, ocupou diversos cargos em governos presididos pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), sendo o mais destacado o de secretário de Estado de Interior durante o governo de José Luis Rodríguez Zapatero.

Em sua estratégia de defesa, Camacho recebeu com surpresa a decisão do polêmico juiz Peinado de ordenar uma série de diligências para a apreensão do correio eletrônico de Begoña Gómez, abrangendo um período que vai do início da presidência de Sánchez, em 2018, até a presente data.

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Para o advogado Camacho, a decisão “invade direitos fundamentais”: “O conteúdo da providência que determina a prática da diligência carece de qualquer motivação, pois apenas faz referência à forma como o endereço eletrônico chegou ao conhecimento do juizado, para imediatamente ordenar sua realização”, adverte o documento apresentado perante a Audiência Provincial de Madri, instância judicial superior ao juiz Peinado.

A defesa de Begoña Gómez também alega que os e-mails “podem conter dados, fotografias, documentos que pertencem a um âmbito que faz parte dos aspectos mais íntimos da personalidade”.

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