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Protestos em Valência 1 ano após inundações refletem povo abandonado por direitista Carlos Mazón

50 mil foram às ruas no último domingo (26), exigindo não apenas a demissão, mas a prisão de Carlos Mazón, presidente da Comunidade Autônoma de Valência

No último domingo, mais de 50 mil pessoas se manifestaram nas ruas de Valência, Espanha, aos gritos de “Mazón, demissão!” e “O presidente a Picassent!”, em alusão ao presidente da comunidade autônoma, o direitista Carlos Mazón, a quem responsabilizam pela péssima gestão da catástrofe da DANA, tragédia que na terça-feira (28) completou um ano.

As tempestades torrenciais provocaram o transbordamento de rios e represas e deixaram um saldo de 232 mortos, além das dezenas de milhares de pessoas afetadas pelos estragos. A catástrofe natural atingiu comunidades como Castela-La Mancha, Múrcia e Andaluzia, mas sobretudo Valência, deixando um panorama desolador em povoados inteiros, que até hoje exigem mais recursos para sua reconstrução.

Foi com essa memória que os milhares de cidadãos saíram novamente às ruas de Valência para exigir a demissão de Mazón e que ele seja enviado ao Centro Penitenciário Valência II, localizado em Picassent. Na linha de frente da marcha, convocada por mais de 200 entidades cívicas, sociais e sindicais, as vítimas da tragédia reafirmaram sua indignação contra o presidente autônomo, do Partido Popular (PP).

“Você comendo e bebendo enquanto o povo morria”, entoavam, em referência ao fato de que, durante o pior dia da tragédia, Mazón almoçava em um restaurante com uma jornalista por mais de seis horas — justamente o período mais crítico.

Rosa Álvarez, presidenta da Associação de Vítimas Mortais DANA 29 de Outubro de 2024, declarou: “Não o reconhecemos como presidente nem o legitimamos. Desejamos a ele tantos anos de prisão quanto vidas foram ceifadas.”

Toñi García, da Associação de Vítimas, acrescentou: “Toda a Espanha sabe que é inaceitável que um presidente da Generalitat continue em seu cargo quando 80% do povo valenciano não o quer. Pedimos a Mazón que assuma responsabilidades políticas. O presidente à prisão e todo o seu governo, demissão.”

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A responsabilidade pela gestão da crise e as possíveis responsabilidades penais das autoridades, tanto a nível autônomo como municipal e central, estão sendo analisadas nos tribunais, com uma investigação em curso que avança contra os responsáveis regionais, tendo Mazón como principal autoridade.

As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

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