O ministro da Defesa da Venezuela, general Vladimir Padrino López, denunciou na última semana que pelo menos cinco aviões de guerra dos EUA sobrevoaram áreas próximas às águas venezuelanas, ao norte do estado de La Guaira.
O principal chefe militar bolivariano informou, em coletiva de imprensa, que o sistema integrado de defesa aérea da Venezuela “detectou mais de cinco vetores com características de voo de 400 nós e altitude de 35 mil pés” dentro da região de informação de voo de Maiquetía.
“O que isso indica? São aviões de combate que o imperialismo norte-americano ousou aproximar-se das costas venezuelanas”, afirmou.
Mais tarde, o governo divulgou um comunicado conjunto dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores com detalhes do incidente. Segundo o texto, os aviões estadunidenses voaram a uma distância de 75 quilômetros da costa venezuelana e foram avistados por tripulantes da companhia aérea colombiana Avianca, que relataram o ocorrido à torre de controle do Aeroporto Internacional Simón Bolívar, principal terminal aérea do país, localizada no estado de La Guaira.
“Essa ação colocou em sério risco a segurança operacional da aviação civil e comercial no Mar do Caribe”, destaca o comunicado.
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Caracas denuncia aviões de guerra dos EUA à ONU e à Celac
O documento informa ainda que a denúncia será levada ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), ao Conselho de Segurança, à Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) e à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Padrino afirmou que nunca antes havia sido observado um movimento de aviões do tipo F-35, modelo que os Estados Unidos deslocaram há algumas semanas para Porto Rico, como parte de uma mobilização militar iniciada em agosto no sul do Caribe, sob o argumento de combater o narcotráfico latino-americano.
“Estamos vendo o que fazem, quero que saibam disso, e quero que saibam também que isso não nos intimida”, declarou o general. Ele classificou a presença desses aviões voando “nas proximidades de nossa área de influência” como uma grosseria, uma provocação e uma ameaça à segurança nacional.
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Ministro alerta para provocação e risco de guerra
Padrino também fez um apelo à comunidade internacional para que se pronuncie diante da ameaça representada pela potência estadunidense contra o país caribenho. “Denuncio perante o mundo o assédio militar do governo dos Estados Unidos contra a Venezuela”, afirmou.
Além disso, assegurou que o país está preparado para se defender e que “as ordens já foram dadas” nesse sentido. “Não cometam o erro de agredir militarmente a Venezuela; pensem bem, investiguem bem e compreendam o espírito nacional”, advertiu.
Em 14 de agosto, os Estados Unidos ordenaram uma operação militar no sul do Caribe, mobilizando navios e aviões de guerra sob o pretexto de combater o narcotráfico.
Uma semana depois, foi informado que haviam sido deslocados 4.500 soldados, oito navios destruidores e um submarino nuclear. Em setembro, ocorreram pelo menos três ataques aéreos contra lanchas rápidas em águas caribenhas.
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A Venezuela denunciou esses fatos como um assédio militar e uma “guerra não declarada”.
Em resposta, o governo venezuelano ativou um registro voluntário da Milícia Nacional Bolivariana, além de realizar exercícios militares aéreos, navais e terrestres, e promover o treinamento da população civil em táticas de guerra de resistência.
Nos últimos dias, meios de comunicação estadunidenses informaram que, na Casa Branca, estariam sendo considerados planos para um ataque aéreo ao território venezuelano, embora o presidente Donald Trump ainda não tenha aprovado tais ordens.
As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

