A Revolução de 30, iniciada em 3 de outubro de 1930, foi um marco transformador na história do Brasil. Encerrando a velha República das oligarquias do café com leite, inaugurou um novo ciclo político e o início de um projeto nacional de desenvolvimento que ainda inspira o país quase um século depois.
Getúlio Vargas assumiu o poder com o apoio de setores urbanos, militares e populares que já não aceitavam a dominação dos grandes fazendeiros e a exclusão da maioria do povo. Foi um movimento essencialmente anti-oligárquico, que buscava modernizar o Estado e integrar o país.
Educação e industrialização: legados da Revolução de 30
Um dos legados mais profundos daquele período foi o investimento em educação. O governo semeou o país de escolas, especialmente as chamadas Escolas Normais, que formavam professores e professoras.
Foi o início de um processo de profissionalização do magistério e de valorização da educação como base do desenvolvimento.
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Ao mesmo tempo, o Brasil deixava de ser apenas um país agrário para iniciar um verdadeiro processo de industrialização.
A criação de empresas estatais, o fortalecimento da infraestrutura e a consolidação de uma legislação trabalhista moderna abriram caminho para um Estado que planejava o futuro.
Um projeto nacional de desenvolvimento
A Revolução de 30 nos deixou uma lição atual e urgente: o Brasil só avança quando tem um projeto nacional.
Quando há planejamento, quando o Estado volta a servir ao povo, quando as forças produtivas se unem em torno do interesse coletivo.
Hoje, diante da fragmentação política e da submissão aos interesses externos, é preciso retomar esse espírito de reconstrução nacional.
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O país precisa de uma grande frente de salvação nacional, capaz de unir trabalhadores, empresários produtivos, intelectuais, militares e todos os que acreditam que o Brasil pode ser soberano e justo.
Assim como em 1930, o desafio é superar o atraso e romper com as novas oligarquias — o mercado financeiro e o agronegócio de exportação, que concentram renda, devastam o território e impedem o desenvolvimento autônomo.
É hora de recolocar o Estado a serviço do povo, do trabalho e da produção, para reconstruir um projeto de país que devolva ao brasileiro a esperança e o protagonismo no seu próprio destino.
Paulo Cannabrava Filho é autor de uma vintena de livros em vários idiomas, destacamos as seguintes produções:
As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

