Protestos em todas as capitais rechaçam a PEC da Blindagem e o PL da Anistia, reafirmando que o Congresso não pode servir de abrigo para criminosos que atentaram contra democracia
O grito ecoou nas ruas de todas as capitais: “O Brasil é nosso!” Um mar de gente tomou as avenidas, neste domingo (21), para mostrar que o povo está atento aos desmandos dos políticos.
“Não queremos anistia, não aceitamos impunidade”. As manifestações, que reuniram trabalhadores, estudantes, movimentos populares e entidades democráticas, deram um recado inequívoco: a sociedade brasileira não está disposta a aceitar retrocessos.
E não foi apenas protesto: foi também festa popular. Em meio a faixas, cartazes e palavras de ordem, o povo cantou e dançou com seus artistas prediletos.
Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso subiram aos palcos improvisados para animar as multidões. Grupos de frevo coloriram as ruas, blocos de maracatu e batucadas deram ritmo à caminhada. A cultura brasileira mostrou sua força como parte inseparável da luta pela democracia.
Enquanto isso, no Congresso Nacional, a vergonha se alastra. A chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem passou na Câmara dos Deputados e segue agora para o Senado.
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Sob o manto do voto secreto, parlamentares tentam se esconder para livrar criminosos da devida punição. A repercussão foi tão negativa que alguns deputados, acuados pela opinião pública, já pedem desculpas pelo voto.
Não bastasse, o chamado Projeto de Lei (PL) da Anistia virou PL da Dosimetria. A anistia ampla e irrestrita está liquidada de vez, mas a manobra continua sendo uma ameaça.
O relator designado, Paulinho da Força (Cidadania-SP), assumiu a difícil tarefa de tentar agradar gregos e troianos. Nessa empreitada, buscou conselhos justamente em dois cadáveres políticos: Michel Temer, ex-presidente do Brasil (2016-2018), e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG).
A proposta de dosimetria, na prática, pretende reduzir as penas já impostas ou ainda a serem aplicadas aos que atentaram contra a democracia, incluindo Jair Bolsonaro, chefe do governo de ocupação, condenado a 27 anos de prisão.
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A pressão das ruas mostra que o Brasil não se curva. As mobilizações deste 20 de setembro marcaram a história: centrais sindicais, organizações de juventude, coletivos culturais e movimentos sociais uniram forças para dizer basta. A mensagem é clara: o povo quer justiça, não conchavos; democracia, não chantagem golpista.
Anistia ampla e irrestrita, nunca mais. Justiça para que não se repita.
As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

