Medida de Trump desorganiza cadeias produtivas inteiras, inclusive dentro do próprio território ianque; enquanto Brasil busca canais de entendimento, imperialismo levanta muros
O Brasil quer negociar. Estende a mão, busca o diálogo. Mas os Estados Unidos não apenas negam qualquer tentativa de entendimento como anunciam novas sanções. Querem endurecer. Preferem o confronto à cooperação, a imposição ao diálogo.
Com o tarifaço de 50% imposto pelo governo Trump ao café, ao açúcar e ao suco de laranja do Brasil, além dos impactos severos à Embraer — cuja produção depende de componentes made in USA —, não é apenas o Brasil que perde. Também saem no prejuízo os próprios fornecedores dos Estados Unidos.
Essa medida não afeta apenas a exportação de produtos agrícolas e industriais brasileiros. Ela desorganiza cadeias produtivas inteiras, inclusive dentro do próprio território ianque. Veja o caso da Embraer: os aviões são montados no Brasil, mas com peças vindas dos EUA. Se encarece de um lado, trava do outro.
E aqui cabe um esclarecimento conceitual: não diga “americanos”, diga “estadunidenses”. Americanos somos todos nós, do Alasca à Terra do Fogo. Eles, no entanto, se apropriaram do termo e do continente. São, na verdade, os ianques imperialistas. E mais uma vez mostram sua verdadeira face com esse gesto de hostilidade comercial.
O que o Brasil quer é negociar. O momento exige diálogo, exige cooperação. Mas o governo dos Estados Unidos, mais uma vez, se recusa a sentar à mesa. Não quer negociar. Não quer ouvir. Prefere impor, mesmo que isso signifique prejudicar os dois lados. Inclusive anuncia mais e novas sanções contra personalidades do governo e do judiciário. Investe também contra o Pix (brasileiríssimo) e quer as terras raras.
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Essa negativa à negociação não é apenas um gesto de arrogância. É a expressão mais crua do imperialismo. Enquanto o Brasil busca canais de entendimento, os ianques levantam muros. Em vez de cooperação, impõem sanções. Em vez de construírem pontes, colocam barreiras.
Mais uma vez, fica evidente: o imperialismo dos Estados Unidos é o principal inimigo de qualquer nação que deseje ser soberana.
* Artigo redigido com auxílio do ChatGPT.
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Paulo Cannabrava Filho é autor de uma vintena de livros em vários idiomas, destacamos as seguintes produções:
- A Nova Roma – Como os Estados Unidos se transformam numa Washington Imperial através da exploração da fé religiosa – Appris Editora
- Resistência e Anistia – A História contada por seus protagonistas – Alameda Editorial
- Governabilidade Impossível – Reflexões sobre a partidocracia brasileira – Alameda Editora
- No Olho do Furacão, América Latina nos anos 1960-70 – Cortez Editora
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